Ansiedade – Como Identificar, Entender eReduzir os Sintomas no Dia a Dia

A ansiedade é uma das condições emocionais mais comuns entre os brasileiros. Segundo dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior índice de transtorno de ansiedade do
mundo. Embora a ansiedade seja uma resposta natural do corpo, quando ela se torna constante, intensa ou
sem motivo claro, pode afetar profundamente a qualidade de vida, o sono, os relacionamentos e até o
desempenho no trabalho. No contexto brasileiro, fatores como pressões financeiras, excesso de trabalho,
insegurança urbana, mudanças sociais rápidas e a sobrecarga emocional pós-pandemia aumentaram
significativamente o número de pessoas que convivem diariamente com sintomas ansiosos. Entretanto,
compreender o que é ansiedade e aprender formas práticas de lidar com ela pode transformar a maneira
como a pessoa se relaciona consigo mesma. A ansiedade é caracterizada por uma sensação de antecipação
de perigo ou preocupação intensa. O corpo entra em estado de alerta, liberando hormônios como adrenalina
e cortisol. Embora isso seja útil em situações reais de risco, quando ocorre com frequência, gera sintomas
como tensão muscular, taquicardia, dificuldade para dormir, preocupação constante, pensamentos
acelerados e sensação de estar sobrecarregado. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP)
explicam que a ansiedade pode se manifestar de diferentes formas: ansiedade generalizada, ataques de
pânico, fobias, ansiedade social ou ansiedade relacionada ao estresse. Cada tipo exige atenção, mas todos
têm pontos em comum — especialmente quando se trata da forma como afetam o funcionamento emocional.
O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-USP) destaca que os sintomas físicos da ansiedade
são frequentemente ignorados ou confundidos com doenças cardíacas, respiratórias ou metabólicas. Isso
porque o corpo reage de maneira intensa: aumento da respiração, tremores, sudorese, tonturas e sensação
de desmaio são comuns em crises agudas. Um aspecto importante é que a ansiedade não está ligada
apenas ao excesso de preocupação. Muitas vezes, ela nasce da dificuldade de lidar com emoções
reprimidas, excesso de autocrítica, cobranças externas e até padrões de pensamentos distorcidos. A Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC), amplamente utilizada no Brasil, mostra que identificar e questionar
pensamentos automáticos ajuda a reduzir grande parte dos sintomas. A neurociência também contribui para
esse entendimento. Estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que o cérebro de
pessoas ansiosas tende a ter hiperatividade na amígdala — área responsável por identificar ameaças — e
menor capacidade de regulação emocional no córtex pré-frontal. Isso significa que a pessoa não “escolhe”
ser ansiosa; há processos biológicos envolvidos, e isso reforça a importância do acolhimento e do cuidado
adequado. Estratégias práticas podem ajudar no dia a dia. Uma das mais eficazes é a respiração
diafragmática, que reduz a ativação do sistema nervoso simpático, responsável pelo estado de alerta. Outra
prática reconhecida é o mindfulness, que ajuda a trazer a atenção para o presente, reduzindo o turbilhão de
pensamentos. A USP possui diversos estudos que comprovam a eficácia do mindfulness em protocolos
clínicos de redução de ansiedade. A atividade física, recomendada pelo Ministério da Saúde, também exerce
papel fundamental. Caminhadas, dança, musculação, yoga e outras práticas liberam neurotransmissores
como serotonina e endorfina, que ajudam a estabilizar o humor. Pessoas que praticam atividade física
regularmente têm até 30% menos sintomas de ansiedade, segundo a Sociedade Brasileira de Psicologia.
Outro ponto essencial é o sono. A falta de descanso adequado aumenta a irritabilidade, dificulta o
processamento emocional e intensifica a sensação de ameaça. O Instituto do Sono destaca que dormir
menos de 6 horas por noite eleva o risco de desenvolver transtornos de ansiedade. Criar uma rotina noturna
mais calma e organizada ajuda a reduzir gatilhos. Por fim, é importante reforçar que buscar ajuda profissional
não é sinal de fraqueza — é um ato de coragem. Psicólogos, psiquiatras e terapeutas treinados podem
oferecer ferramentas específicas para cada caso. A ansiedade tem tratamento e, quanto mais cedo é
identificada, melhores são os resultados. A mensagem principal é: você não precisa viver em constante
estado de alerta. Com conhecimento, técnicas adequadas e cuidado emocional, é possível recuperar o
equilíbrio, a clareza mental e o bem-estar.
FONTES BRASILEIRAS CONSULTADAS: – Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude – Instituto de
Psiquiatria da USP (IPq-HC): https://www.ipqhc.org.br – Universidade de São Paulo (USP): https://www.usp.br

  • Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): https://www.ufmg.br – Sociedade Brasileira de Psicologia
    (SBP): https://www.sbponline.org.br – Instituto do Sono: https://www.institutodsono.com

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