HIDRATAÇÃO E SAÚDE MENTAL: POR QUE BEBER ÁGUA IMPORTA PARA SUA MENTE
A hidratação é frequentemente tratada como um assunto puramente físico — evitar sede, manter o corpo
funcionando, prevenir problemas renais. No entanto, evidências crescentes, inclusive em estudos e
orientações de instituições brasileiras, mostram que beber água adequadamente também tem impacto direto
sobre funções cognitivas, humor e capacidade de lidar com o estresse. Este artigo explora a relação entre
hidratação e saúde mental, apresenta sinais de desidratação que afetam o bem■estar emocional e traz
estratégias práticas, baseadas em recomendações brasileiras, para melhorar sua hidratação diária.
POR QUE A HIDRATAÇÃO AFETA A MENTE?
O cérebro adulto é composto por cerca de 75% de água; a água é essencial para transmitir sinais nervosos,
regular a temperatura cerebral e participar dos processos metabólicos que sustentam o funcionamento
cognitivo. Mesmo uma desidratação leve — perda de 1 a 2% do peso corporal em água — pode prejudicar a
memória de curto prazo, a atenção sustentada e a velocidade de processamento. Além disso, há evidências
de que o estado de hidratação influencia o humor, aumentando irritabilidade, fadiga e sensação de desânimo.
No Brasil, materiais educativos do Ministério da Saúde reforçam que a ingestão adequada de líquidos é
variável de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como idade, peso, nível de atividade física e clima,
mas que estratégias simples podem ajudar a manter hidratação saudável ao longo do dia. (Ministério da
Saúde, 2019/2022). Estudos e revisões encontradas na literature brasileira apontam que populações
vulneráveis — idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas — precisam de atenção especial para evitar
desidratação e suas consequências físicas e cognitivas. (BVS/Fiocruz; SciELO).
SINAIS DE QUE A DESIDRATAÇÃO PODE ESTAR AFETANDO SUA MENTE
Alguns sinais sutis, muitas vezes confundidos com estresse ou falta de sono, podem indicar que a hidratação
insuficiente está prejudicando o desempenho mental:
- Fadiga e sono diurno excessivo;
- Dificuldade de concentração e esquecimentos;
- Irritabilidade e menor tolerância ao estresse;
- Dor de cabeça ou sensação de pressão na cabeça;
- Boca seca e diminuição da frequência urinária.
Para idosos, os sinais podem ser mais graves e se manifestar por confusão mental ou queda da pressão
arterial, por isso a atenção é ainda mais importante. (Ministério da Saúde; Fiocruz).
COMO A HIDRATAÇÃO INTERFERE EM PROCESSOS COGNITIVOS E EMOÇÕES
A desidratação altera o equilíbrio eletrolítico e reduz o volume plasmático, o que pode prejudicar a entrega de
oxigênio e nutrientes ao tecido cerebral. Em estudos de função cognitiva, perda leve de água demonstrou
redução na capacidade de manter atenção por longos períodos e pior desempenho em tarefas que exigem
memória operacional. Além disso, indivíduos desidratados relatam aumento de sintomas de ansiedade e
sensação de bem■estar reduzida.
No contexto brasileiro, pesquisas epidemiológicas sobre ingestão hídrica mostram variações regionais e
sociodemográficas que podem influenciar a prevalência de consumo insuficiente de água. Campanhas de
saúde pública enfatizam a importância de políticas e ações comunitárias para facilitar o acesso à água
potável como medida de promoção da saúde física e mental. (BVS Fiocruz; SciELO).
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (BASEADAS EM ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E DA
LITERATURA BRASILEIRA)
- Entenda que a necessidade de líquidos é individual.
A orientação de “dois litros por dia” é uma referência média; dependendo do clima, atividade física e idade,
pode ser necessário mais ou menos. Observe seu corpo e ajuste a ingestão. - Tenha água acessível o tempo todo.
Carregue uma garrafa reutilizável, deixe um copo ao lado da mesa de trabalho e estabeleça pequenas metas:
por exemplo, um copo a cada hora. - Hidrate■se antes de sentir sede.
A sede é um sinal de que o corpo já começa a estar desidratado. Estratégias simples, como beber um copo
de água ao acordar e antes das refeições, ajudam a manter níveis de água adequados. - Prefira água e chás sem açúcar.
Bebidas açucaradas e refrigerantes não são opções ideais para hidratação saudável. O Ministério da Saúde
recomenda água, água com sabor (sem açúcar) e chás como boas opções. - Atenção a idosos e crianças.
Idosos podem ter percepção de sede reduzida; ofereça líquidos com frequência. Crianças também precisam
de monitoramento especial, especialmente em dias quentes ou durante atividade física. - Combine hidratação com alimentação rica em água.
Frutas e vegetais como melancia, laranja, pepino e alface contribuem para a ingestão hídrica total. - Observe sinais de desidratação e procure atendimento se houver confusão mental, tontura intensa,
fraqueza ou diminuição muito acentuada da urina.
ESTRATÉGIAS SIMPLES PARA MELHORAR A HIDRATAÇÃO DIÁRIA
- Use lembretes no celular ou alarmes discretos para beber água.
- Estabeleça rotinas: um copo ao levantar, outro ao iniciar o trabalho, outro antes do almoço e assim por
diante. - Tempere a água com rodelas de limão, hortelã ou fatias de frutas para tornar mais agradável.
- Prefira copos visíveis: ter um copo grande à vista aumenta a probabilidade de beber mais.
- Ao praticar exercícios, hidrate■se antes, durante e depois da atividade.
IMPACTOS NA SAÚDE PÚBLICA E CONSIDERAÇÕES SOCIAIS
A promoção da hidratação adequada tem implicações para a saúde pública, especialmente em regiões com
calor intenso ou com acesso limitado à água potável. Projetos comunitários e políticas que garantam água
segura e campanhas educativas são fundamentais para prevenir os efeitos da desidratação na saúde física e
mental. A Fiocruz e grupos de pesquisa brasileiros destacam a interseção entre água, saneamento e saúde
mental como um campo importante para políticas públicas integradas.
CONCLUSÃO
Cuidar da hidratação é cuidar da mente. Embora muitas vezes subestimada, a ingestão adequada de líquidos
influencia memória, atenção, humor e capacidade de lidar com o estresse. Adotar hábitos simples e baseados
em recomendações brasileiras — como ter água sempre acessível, priorizar água e chás sem açúcar, e
cuidar de grupos vulneráveis — pode trazer benefícios concretos para o bem■estar diário. Se você notar
sinais persistentes de confusão, tontura ou alteração do estado mental, procure atendimento de saúde.
REFERÊNCIAS E FONTES BRASILEIRAS CONSULTADAS
1) Ministério da Saúde — Como crianças e adultos podem aumentar sua hidratação? (Gov.br). Acesso: https:
//www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar-melhor/noticias/2022/como-criancase-adultos-podem-aumentar-sua-hidratacao
2) Ministério da Saúde — Não consegue beber água suficiente? Confira 5 dicas para… (Gov.br). Acesso: http
s://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar-melhor/noticias/2021/nao-consegue
-beber-agua-suficiente-confira-5-dicas-para-aumentar-a-sua-hidratacao
3) Biblioteca Virtual em Saúde — Fiocruz (pesquisa sobre desidratação e saúde). Acesso:
https://pesquisa.bvsalud.org/fiocruz/?lang=pt&q;=kw%3A%22Deshidrataci%C3%B3n%22
4) SciELO Brasil — Estudos sobre ingestão hídrica e fatores associados. Acesso:
https://www.scielo.br/j/csc/a/VwWSLxWGsLvGb66nWwsVSbM/?lang=pt
5) Fiocruz Minas — Grupo pesquisa água, saneamento e saúde mental. Acesso: https://minas.fiocruz.br/grup
o-da-fiocruz-minas-completa-10-anos-com-pesquisas-e-acoes-sobre-os-direitos-humanos-a-agua-e-ao-sanea
mento-e-as-politicas-de-saude-mental
6) Ministério da Saúde — Manejo do paciente com diarreia (orientações de reidratação). Acesso:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf
Observação: as páginas consultadas são de fontes públicas e institucionais brasileiras mencionadas no texto.
Recomenda-se checar regularmente as páginas oficiais para atualizações e recomendações adicionais.



























